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TRIGLICERÍDIOS, por Marcos Cavalheiro

Os triglicerídeos (TG) são as principais gorduras do nosso organismo e podem ser adquiridos através da ingestão de alguns alimentos ou produzidos pelo nosso fígado. Os TG também têm sua importância, pois servem de reserva energética para os casos de alimentação insuficiente ou períodos prolongados em jejum. Obviamente que quando seus níveis estão acima do normal (hipertrigliceridemia) podem tornar-se prejudiciais.

As causas de elevação dos níveis de TG são diversas porém, mais comumente, observa-se o aumento dos níveis plasmáticos secundários à dieta inadequada, ou a algumas doenças (diabetes, obesidade, hipotireoidismo, Insuficiência renal crônica, etc.), ou devido ao uso de alguns medicamentos. Muito frequentemente está associada ao aumento do consumo de bebidas alcoólicas e também pode estar relacionada à alterações genéticas que predispõe à elevação dos seus níveis (Hipertrigliceridemia familiar).

Quando há a ocorrência de hipertrigliceridemia familiar os níveis de triglicerídeos podem estar severamente elevados, independentemente da dieta do indivíduo, pois a alteração genética faz com que o organismo produza anormalmente  os TG com os níveis plasmáticos muitas vezes ultrapassando 1000 mg/dl ( os níveis normais são abaixo de 150 mg/dl).

Atualmente tem se estudado muito a importância dos níveis de TG no aumento da ocorrência da doença coronariana. O foco do tratamento, por muitos anos, foi o de baixar os níveis de colesterol ruim sem dar muita importância para os triglicerídeos, quando em níveis discretamente elevados. Hoje já se reconhece o papel aterogênico (capacidade de formar placas nas artérias) dos triglicerídeos, principalmente quando associados a baixos níveis de colesterol HDL (bom colesterol). Esta combinação de TG elevados e HDL colesterol baixo foi batizada de “Dislipidemia Aterogênica” pela sua capacidade aumentada de formar placas de “gordura” nas artérias.

Além do aumento da frequência de doenças cardiovasculares, o aumento dos níveis de TG ainda pode causar esteatose hepática (depósito de gordura no fígado) e, quando em níveis gravemente elevados, podem causar a pancreatite aguda que é uma inflamação ( geralmente muito grave) do pâncreas.

As principais fontes alimentares dos triglicerídeos são as gorduras saturadas e os carboidratos que devem ser consumidos com cautela pelos portadores de hipertriglicerídemia. Pacientes portadores de hipertrigliceridemia, bem como os que preocupam-se em ter uma alimentação saudável, devem sempre atentar para as informações nutricionais dos alimentos na hora da compra e, desta forma, evitar produtos ricos nos seguintes açucares: sacarose, frutose, maltose, glicose, melaço, xarope de milho.

Quanto a classificação dos níveis de triglicerídeos considera-se:

– Inferior a 150 mg/dl = normal
– Entre 150 e 199 mg/dl = acima do normal
– Entre 200 e 499 mg/dl = alto
– Igual ou superior a 500 mg/dl = muito alto

O aumento dos níveis plasmáticos de triglicerídeos não causa sintomas. Portanto não é possível saber se os níveis de TG estão normais sem realizar um exame laboratorial (coleta de sangue em jejum). Tomando como referência os níveis plasmáticos encontrados e associação com outros fatores de risco cardiovasculares é que indica-se o melhor tratamento para cada caso. Os medicamentos nem sempre são necessários, mas as medidas dietéticas estão sempre presentes na terapêutica desta patologia.

Fonte: Portal Bei

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